Com a missão de fortalecer os centros de pesquisa clínica brasileiros, a Associação Brasileira de Centros de Pesquisa Clínica foi lançada neste mês repleta de planos e estratégias para promover a evolução do ecossistema de estudos clínicos em parceira com os outros profissionais da área, e oferecendo melhores oportunidades para pacientes e participantes.
Pensando nisso, conversamos com a diretoria da ACESSE e eles responderam algumas perguntas sobre os planos da associação para o presente e futuro do setor no Brasil.
Como vocês enxergam o atual cenário da pesquisa clínica no Brasil?
Diretoria: É um cenário de muito potencial no que diz respeito à diversidade, porém ao mesmo tempo temos uma participação muito baixa, o que não condiz com o nosso potencial. Poderíamos aumentar bastante a participação do Brasil caso tivéssemos mais segurança jurídica e regulatória. Tudo isso para trazer mais benefícios para a nossa população e, obviamente, é um mercado que economicamente pode acrescentar muito na realidade do país.
Que caminhos vocês enxergam para centros de pesquisa clínica se desenvolverem?
Diretoria: Os centros de pesquisa clínica precisam ter know how e se profissionalizar. Centros “não-profissionais” acabam diminuindo a efetividade de estudos clínicos e isso acaba prejudicando o ecossistema como um todo. É preciso investir em treinamento e qualificação, tanto da equipe médica quanto da equipe multidisciplinar.
Ter pessoas dedicadas para a pesquisa clínica não quer dizer fazer isso após o horário comercial ou quando se encontram brechas. Eles precisam ser profissionais, independentemente de ser um centro público ou privado.
Quais os maiores desafios para que isso aconteça?
Diretoria: Existe uma falta de alinhamento entre os centros de pesquisa e até da participação dessas empresas em decisões importantes. Um dos maiores desafios é desenvolver esse alinhamento entre centros e stakeholders do setor. Isso significa focar em processos e estratégias robustas para trabalhos em rede para que centros possam se auxiliar e não haver discrepâncias entre regiões e processos.
Como vocês esperam que a ACESSE impacte neste cenário?
Diretoria: A Associação Brasileira de Centros de Pesquisa Clínica criará pontes para melhorar a comunicação e o alinhamento entre esses atores. Queremos dar voz aos pacientes e oferecer aos gestores de centros mais ferramentas que possam auxiliar na prática de uma gestão correta. O nosso foco está em centros com cada vez mais qualidade, profissionalização e, consequentemente, protagonismo.
Quais os planos de curto, médio e longo prazo da ACESSE?
Diretoria: A curto prazo, queremos trazer novos associados e começarmos a organizar grupos de trabalho com a intenção de identificar as maiores demandas dos centros de pesquisa e do nosso ecossistema. Acreditamos que já temos isso diagnosticado, porém precisamos da participação de mais centros para focarmos nossas primeiras ações.
A médio prazo, queremos criar diversas ações em conjunto com outras instituições como a ABRACRO, Anvisa, Sindusfarma, CONEP, entre outras. Tudo isso com o objetivo de gerar maiores retornos para pacientes e para o mercado como um todo.
A longo prazo, queremos criar parcerias com associações de fora do Brasil e aumentar o protagonismo de centros de pesquisa clínica nacionais até em relação a feasibilities.